Judaismo

Nosso Judaísmo

Nosso Judaísmo

O judaísmo reformista, também denominado como liberal, reflete a própria essência do judaísmo, que surge com o patriarca Abrahão.

Abrahão rompe com a idolatria, que é atribuir a um objeto ou sujeito a capacidade de resolução dos problemas, sendo a este objeto ou pessoa conferidos poderes de resolução que anulam a capacidade humana de atuar.

O destino é, com livre arbítrio, nossa responsabilidade. O judaísmo reformista nos convoca a atuar com responsabilidade no processo decisório.

Para que isto transite por um caminho de solidez intelectual e honestidade espiritual, o estudo das fontes judaicas é essencial. Neste sentido, o judaísmo reformista enfatiza a relevância do aprendizado, da educação.

A tradição da transformação

A palavra tradição pode ser – erroneamente! – entendida como a exclusiva manutenção do que já foi. Se assim fosse, toda a nossa vida judaica seria irreconhecível. Afirmar que uma determinada forma de observância preserva uma antiga tradição é desconhecer o desenvolvimento da vitalidade judaica.

A tradição judaica se preserva justamente porque é capaz de se transformar conforme as necessidades de cada tempo e lugar. Entender estas necessidades e buscar as respostas judaicas é o que o estudo e a vivência, somados, proporcionam.

Há inúmeras práticas e rituais que deixaram de ser exercidos, e outras tantas foram e são incorporadas em nossa religiosidade e espiritualidade. E em nossa ética.

Por exemplo, o judaísmo, atento ao mundo que evolui, cria um corpo ético para questões que em determinado momento eram inexistentes, como bioética e inteligência artificial. A ética, aliás, começa conosco próprios e nos convida a perguntar sobre a nossa integridade, sobre nossas congruências e incongruências.

Amparado nas mensagens dos profetas bíblicos, o judaísmo reformista é uma instigante fonte de inquietude para com o que afirmamos ser e o que de fato somos.

Sérgio Margulies
Rabino da Associação Religiosa Israelita do Rio de Janeiro